16 de junho de 2014

Rachel Weisz, Robert Pattinson e Robert De Niro no novo filme de Olivier Assayas

A atriz Rachel Weisz está em negociações para se juntar a Robert Pattinson e Robert De Niro em Idol’s Eye, um projeto de Olivier Assayas que no ano passado se chamava Hubris.

Baseado em um artigo publicado na Playboy, intitulado Boosting The Big Tuna, no filme seguimos a história verídica de um bando de criminosos que nos anos 70 assaltou uma loja que servia de fachada para os negócios ilícitos do barão do crime de Chicago: Tony “Big Tuna” Accardo.

Com as filmagens marcadas para outubro, Idol’s Eye será a primeira produção americana do cineasta francês cujo último filme, Sils Maria, teve estreia no Festival de Cannes.

Veja o trailer de Birdman, o novo filme de Alejandro González Iñárritu

Foi divulgado o trailer de Birdman, o novo filme do mexicano Alejandro González Iñárritu, diretor de filmes como Amores Brutos, Babel e Biutiful.

No filme, protagonizado por Michael Keaton, Emma Stone, Edward Norton e Zach Galifianakis, seguimos um antigo ator que uma vez interpretou o papel de um super-herói e que procura agora revitalizar a sua carreira através de uma encenação teatral na Broadway.

Escrito por Inarritu, numa colaboração com Nicolas Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo (que recentemente estreou na direção com O Último Elvis), Birdman chega aos cinemas em outubro de 2014.

10 de junho de 2014

Oliver Stone prepara filme sobre o caso Edward Snowden

O polêmico diretor Oliver Stone, em parceria com Moritz Borman, adquiriu os direitos de adaptação ao cinema de The Snowden Files, The Inside Story of the World's Most Wanted Man, uma obra do jornalista Luke Harding.

Stone vai escrever o roteiro e dirigir o filme, que vai centrar nos eventos relatados por Harding em torno da publicação dos artigos pelo The Guardian que se baseavam em documentos secretos cedidos por Edward Snowden.

"Esta é uma das maiores histórias do nosso tempo. Um verdadeiro desafio. Estou contente por ter o The Guardian trabalhando connosco", afirmou Stone, que prevê começar as filmagens ainda este ano.

Este é apenas um dos projetos que atualmente estão em desenvolvimento em torno do antigo agente da Agência Nacional de Segurança (NSA). A Sony Pictures Entertainment, por exemplo, adquiriu os direitos de adaptação ao cinema de Sem Lugar Para Se Esconder - Edward Snowden, A Nsa e A Espionagem do Governo Americano, um livro de Glenn Greenwald, cujas reportagens em volta dos segredos da NSA valeram-lhe o Prêmio Pulitzer para o jornal The Guardian.

Com a produção dos responsáveis pela saga James Bond, Michael G. Wilson e Barbara Broccoli, o filme irá focar-se no envolvimento do jornalista com Snowden e na forma como divulgaram inúmeras histórias sobre métodos dos serviços secretos e as suas operações, sendo assim um trabalho pessoal em termos de narrativa, mas também muito abrangente pelos temas que aborda.

Nenhuma data foi divulgada para o início da produção deste projeto.

Resenha do Filme: Além das Montanhas

Por Eripetson Lucena

O cinema Romeno é inebriante. O que os realizadores daquele país estão fazendo revisitando seu passado recente, numa autocrítica pungente e as vezes bem humorada dos idos tempos do comunismo, é algo de fascinante. Leia-se “A Leste de Bucareste”, “Tales from the golden age” “Policia: adjetivo” dentre muitos, muitos outros. Cristian Mungiu tem um papel importante nesta consolidação: o seu “4 meses, 3 Semanas e 2 Dias” tomou o Festival de Cannes de assalto em 2007, sendo uma unanimidade pouco vista nas edições daquele conceituado Festival.

“4 meses...” é uma brilhante fábula que se passa na Bucareste dos anos 80, quando uma jovem, auxiliada por uma amiga resolve submeter-se a um aborto, quando isso, no regime casca grossa do comunista Ceausescu era punido com morte. A critica ao regime não é cega, tão pouco infundada. Os cineastas Romenos, a exemplo de Mungiu, concentram-se nas sutilezas, nos episódios corriqueiros, no cotidiano para versar sobre a brutalidade do comunismo naquela nação. E para isso, eles lançam mão até mesmo do humor. E acreditem, tudo é brilhantismo!

Mungiu retorna com este “Beyond The Hills”, uma critica ferrenha a irracionalidade da Igreja ortodoxa, na Romênia contemporânea. Relações femininas são mais uma vez retratadas, com o tratamento habitual do diretor, câmera estática, imagens escuras (incomodas as vezes, mas justificáveis para adensar o clima sombrio e medieval de um monastério), o não uso de trilha sonora, os diálogos longos e elucidativos, sem muitas concessões ao expectador, ou seja, a linguagem utilizada não serve para facilitar a vida de ninguém e deixa em aberto reentrâncias várias que permitem elaborações variadas e até conflitantes.

O filme conta a história de uma freira que tem uma amiga residente na Alemanha que está enfrentando problemas pessoais. A religiosa convence seus superiores a receber a amiga, estranha para eles, no convento, para que possa ser ajudada pela amiga e pelo suposto espírito pacificador do local. Só que a moça altera de uma forma tão drástica a rotina asceta do local que a hipótese de possessão demoníaca começa a ser considerada pelas religiosas. O que se segue é uma crescente no terror estabelecido no monastério e na irracionalidade que se instala a partir da exibição de sintomas claros de histeria.

Mesmo sem ser uma critica política, como o seu filme anterior, “Beyond the Hills" converte-se em um drama psicológico de primeiríssima linha, sombrio, e incomodo. O que eu acho mais fascinante no roteiros dos filmes Romenos é a ausência de maniqueísmos baratos, usados de forma tão rasteira em tantas produções para angariar prosélitos. Aqui, ninguém é vitimizado ou tiranizado a ponto de não ficarmos estranhamente perturbados em discernir as ações, reações, ou culpabilizações. Se as freiras são engessadas em uma mentalidade religiosa medieval, baseada no cíclico do pecado/terror/culpa/paranoia (nada muito diferente da estrutura neurotizante das igrejas contemporâneas) fomentado pela madre e por um padre ultraconservador, a personagem Alina é extremamente perturbada e apresenta distúrbios psicológicos e frustrações evidenciadas logo nas primeiras tomadas do longa. Ou seja, o diretor mantém um distanciamento tão salutar das principais questões que aborda, que ele se isenta totalmente de julgamentos, quase não deixando ao espectador a opção de julgar ninguém no longa, sejam as freiras, seja Alina.

Qualidade rara no cinema contemporâneo. Há inúmeras outras questões trazidas a reboque nesta história de Mungiu, como por exemplo a tensão sexual existente entre as duas amigas, a natureza do trabalho que as duas iriam fazer na Alemanha, dentre outras. Tudo isso fica a cargo do expectador de perceber e, se quiser, de julgar. Mais um exemplo de imensa maturidade de Mungiu e do extraordinário cinema Romeno. Enquanto isso, nós estamos cá, produzindo “De Pernas Pro Ar 16”, uma notável contribuição, dentre tantas outras, do Brasil ao cinema imbecilizante e descerebrado.

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