29 de maio de 2014

Irmãos Coen vão trabalhar com Steven Spielberg em projeto sobre a Guerra Fria

Joel e Ethan Coen vão escrever o roteiro de um projeto de Steven Spielberg sobre a Guerra Fria. Ainda sem nome, o filme conta uma história verídica e terá Tom Hanks como James Donovan, um advogado que é contratado pela CIA para negociar a libertação de um piloto capturado na União Soviética.

Lembramos que esta será a quarta vez que Spielberg e o ator vão trabalhar juntos, isto depois de O Resgate do Soldado Ryan, Prenda-me se For Capaz e Terminal. Hanks trabalhou igualmente com os Coen em 2004 no filme Matadores de Velhinhas.

La Jaula de Oro domina prêmios do cinema Mexicano

La Jaula de Oro, um filme de Diego Quemada-Díez sobre a emigração clandestina, venceu dez prêmios na 56ª edição dos prêmios Ariel, a principal premiação de cinema no México e que é organizada pela Academia Mexicana de Artes e Ciências Cinematográficas.

O filme, que acompanha três jovens numa perigosa caminhada até aos EUA, venceu alguns dos principais prêmios, como os de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro e Melhor Fotografia.

Já no que toca ao Melhor Diretor, o prêmio foi entregue a Amat Escalante pelo seu poderoso retrato dos cartéis de narcotráfico em Heli.

Uma última nota para o triunfo de Gloria na categoria de Melhor Filme Iberoamericano, e do prêmio atribuído à veterana Adriana Roel (Melhor Atriz) pelo seu desempenho em No quiero dormir sola, de Natalia Beristáin.

26 de maio de 2014

Resenha do Filme: Tatuagem

Por Eripetson Lucena

O cinema Novo escancarou uma estética caótica, mas de extrema sofisticação imagética e de texto ainda que, de certa forma datada por conta de um provável (mas necessário, em minha opinião) ranço que o vinculara politico-ideologicamente as filosofias de extrema esquerda que permeavam o mundo nas décadas de 50 e 60. Isso, antes de diminuir as obras, demonstrava uma grandiosa consonância de cineastas como Glauber Rocha com as questões de seu próprio tempo e confirmavam uma relevância estupenda de seus filmes.

Este preambulo objetiva vincular o imaginário que permeia o filme de estreia do pernambucano Hilton Lacerda “Tatuagem” ao indefectível legado de Rocha e do cinema novo. Lacerda, responsável pelos roteiros dos filmes de Claudio Assis (outro cineasta que mapeou Pernambuco na vanguarda da produção de um cinema de novos direcionamentos de temas e de estéticas no Brasil) aventura-se destemidamente por construir uma obra ousadíssima em cima dos ombros de gigantes. O filme só não se mostra assombrosamente original e estonteantemente inebriante por que já vimos a acidez, a ousadia e a destreza da pena de Lacerda nos filmes de Assis, especialmente em “Febre do Rato” onde o texto, altamente subversivo e anárquico, casa-se de forma magistral com o apuro das belíssimas imagens em branco-e-preto de uma Recife decadente, pútrida, mas cheia de poesia. Um delírio visual que choca como poucos.

O roteiro é tão acertado que cada metáfora para contar uma história de amor marginal e improvável funciona com uma precisão de relógio suíço. A companhia teatral, material subversivo perfeito devido ao enfrentamento com a ditadura castrante da época, a atração irresistível entre um homossexual e um soldado, improvável amalgama de dois universos dispares e conflitantes, as teses de liberdade e liberação, que vem a reboque naturalmente na trama, sem que seja necessário explorar em demasia as agruras sofridas por mambembes como os retratados no filme, fazendo com que a obra, talvez derrapasse em um didatismo incomodo e desnecessário, já que o direcionamento da narrativa sempre foi o descortinar de um relacionamento amoroso. Tudo isso, sem o peso habitual colocado como teses radicalíssimas de rupturas com o social, destiladas a exaustão ao longo de “Febre de Rato”. Entretanto, a ode ao caos e a anarquia também estão presentes em “Tatuagem”. Aqui, no entanto, o elemento revolucionário máximo reside na liberação das ideias e dos ideias, que ganha fisicalidades de forma brilhante em traços da anatomia humana, conforme cantada pela trupe em momentos pontuais do filme. Talvez esta referencia ao alardeado anus seja o miolo balburdico da tese de Lacerda e traga em sí, toda a virulência de materiais como este.

Ou seja: difícil ver no cinema nacional materiais onde tudo funcione de forma tão harmônica. Da música que serve a trama de forma a endossar seus desdobramentos (que sequencia linda e estupenda quando o sensual Clécio canta “Esse cara” do Cazuza, num momento sintomático onde a trama irá tomar seus rumos definitivos), a fotografia, ao roteiro magnifico, as interpretações acertadíssimas, destaque para o estupendo Irandhir Santos, que tem incorporado estes arroubos que o magnifico cinema Pernambucano tem exalado sob a produção nacional . Parece que Lacerda consegue da um passo a frente ao belíssimo “Madame Satã” de Karim Airnouz, que, desculpem a heresia cinematográfica, diante da grandeza estética e de narrativa de “Tatuagem” parece ficar nas intenções e dever a este, mesmo ainda sendo um filme grandioso. 

Se há obras que devem ser realizadas em constante e vivo dialogo com o século XXI, mesmo sendo um olhar sob o Brasil da década de 70, “Tatuagem” se inscreve exata e brilhantemente neste registro. Recuso-me inclusive a inserir o filme dentro de um contexto de embate ou resistência. Se há guerra dentro das mentes que ainda estão imbuídas na homofobia, isso parece se localizar para além do filme. Esta fora dele. Lacerda faz uma obra para um Brasil que ainda não chegou. Dai resulta o seu brilhantismo e importância. Um dos melhores filmes feitos neste pais nos últimos anos.

Confira os vencedores do Festival de Cannes 2014

O filme Winter Sleep foi o vencedor da Palma d'Ouro no Festival de Cannes 2014. O seu diretor, o turco Nuri Bilge Ceylan, já sido duas vezes vencedor com o Grande Prêmio do Júri e uma vez na categoria de Diretor, no festival francês. 

Palma d'Ouro
Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan

Grande Prêmio do Júri
Le meraviglie, de Alice Rohrwacher

Melhor Diretor
Bennett Miller por Foxcatcher

Prêmio Especial do Júri
Adieu au language, de Jean-Luc Godard; Mommy, de Xavier Dolan

Melhor Atriz
Julianne Moore em Maps to the Stars

Melhor Ator
Timothy Spall em Mr. Turner

Melhor Roteiro
Andrey Zvyagintsev por Leviathan

Caméra d'Or
Party Girl, de Marie Barsacq, Claire Burger; Samuel Theis

Melhor Curta
Leidi, de Simon Mesa

Prêmio do Júri para Curta-Metragem
Aïssa, de Clément Trehin-Lalanne; Yes We Love, de Hallvar Witzø

Prémio do Júri Ecumênico
Timbuktu, de Abderrahmane Sissako


Quinzena dos Realizadores

Prêmio Art Cinema
Les Combattants, de Thomas Cailley

Prêmio SACD
Les Combattants, de Thomas Cailley

Prêmio Europa Cinema Label
Les Combattants, de Thomas Cailley

Prêmio Illy para Melhor Curta-Metragem
Sem Coração, de Nara Normande e Tião

Menção Especial
Trece Si Prin Perete, de Radu Jude


O filme White God, do húngaro Kornel Mundruczo, venceu o prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes 2014. O filme é um thriller de terror sobre um apocalipse canino. O júri foi presidido pelo diretor argentino Pablo Trapero.

Prêmio Un Certain Regard
White God, de Kornel Mundruczso

Prêmio do Júri
Force majeure, de Ruben Ostlund

Prêmio Especial do Júri
The Salt of the Earth, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado

Melhor Elenco
Party Girl, de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis

Melhor Interpretação
David Gulpilil em Charlie Country


A Federação Internacional de Críticos de Cinema (FIPRESCI) entregou os seus prêmios para as várias seções do Festival de Cannes 2014.

Competição Oficial
Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan

Un Certain Regard
Jauja, de Lisandro Alonso

Seções paralelas
Les Combattants, de Thomas Cailley


O júri da Cinéfondation e dos curtas-metragens, presidido pelo iraniano Abbas Kiarostami, entregou os seus prêmios anuais, de uma seleção de dezesseis filmes de estudantes. Além de 15 mil euros para o primeiro vencedor, este assegura ainda o direito a ter seu primeiro longa-metragem exibida no Festival de Cannes.

1 Skunk, de Annie Sivlerstein (University of Texas at Austin, EUA)

2 Oh Lucy!, de Atsuko Hirayanagi (NYU Tisch School of the Arts Asia, Singapura)

3 Lievito Madre, de Fulvio Risuleo (Centro Sperimentale di Cinematografia, Itália)

3 The Bigger Picture, de Daisy Jacobs (National Film and Television School, Reino Unido)


O filme The Tribe, do ucraniano Myroslav Slaboshpytskiy, venceu o Grande Prêmio da Semana da Crítica.

Grande Prêmio Nespresso
The Tribe, de Myroslav Slaboshpytskiy

Prêmio Visionário France 4
The Tribe, de Myroslav Slaboshpytskiy

Prêmio SACD SACD
Hope, de Boris Lojkine

Prêmio Descoberta Sony CineAlta para Melhor Curta
A Ciambra, de Jonas Carpignano

Prêmio Canal+ para Curta-metragem
Crocodile, de Gaëlle Denis

Prêmio Gan Foundation Apoio para Distribuição
The Tribe, de Myroslav Slaboshpytskiy

20 de maio de 2014

Confira o poster de Mommy, quinto filme de Xavier Dolan

Foi revelado o novo poster para Mommy, o quinto filme de Xavier Dolan.

Pela primeira vez na competição pela Palma d'Ouro, Mommy segue a história de uma mãe viúva (Anne Dorval) que cria, sozinha, o seu filho violento (Antoine-Olivier Pilon). O filme não tem ainda data de estreia prevista para o Brasil.

Assista o recente trailer de Interstellar, novo filme de Christopher Nolan

Foi divulgado um novo trailer para Interstellar, de Christopher Nolan (Batman, A Origem).

No filme seguiremos as aventuras de um grupo de exploradores que se aproveitam de um recém-descoberto buraco de minhoca para suplantar as limitações humanas nas viagens espaciais. Matthew McConaughey (Killer Joe) e Jessica Chastain (A Hora Mais Escura) protagonizam o filme, cujo elenco é ainda composto por Michael Caine, Anne Hathaway, Bill Irwin, Casey Affleck, Ellen Burstyn, Timothée Chalamet, Mackenzie Foy, John Lithgow, Topher Grace, David Oyelowo, David Gyasi e Matt Damon.

14 de maio de 2014

Resenha do Filme: O Passado

Por Eripetson Lucena

Cinema bom talvez seja a arte de se repetir com competência. Enquanto indústria, e essa caraterística conta desfavoravelmente a sua expansão e reconhecimento enquanto arte de fato, o cinema, com seus cento e poucos anos, transformou-se, dentro da lógica de mercado, numa espécie de máquina de clonagem. É, na opinião de quem vos escreve, cinema enquanto indústria é uma arte contestável. E enquanto comercio, é deplorável.

O modelo de feitura de filme estadunidense é tão incrivelmente tributário de quem realiza investimentos financeiros que o senso de arte e independência tem que servir aos interesses mercadológicos dessa corja. O cinema só não caiu no descrédito absoluto por que: primeiro, no seu curto tempo de vida, obras-primas incontestes já foram produzidas, de forma a reverter este esquema perverso e segundo: a boa arte permite-se a recriação a partir dos seus elementos primários.

“O Passado”, novo filme do cineasta iraniano Asghar Farhadi pode ser encarado como uma continuação do rebento mais regional e particular do Oscarizado “A Separação”, seu filme anterior, um exercício narrativo esplendido, que arrebatou meio mundo e mobilizou os juris de todos os prêmios que tomou parte há dois anos. Nesta sua nova e apavorante incursão ao micro-cosmo das relações familiares, ele não somente retoma com maestria a temática do seu filme anterior mas consegue dar seguros passos adiante do fio condutor que havia interceptado no “A Separação”.

Em termos de estrutura narrativa, Farhadi é um maestro. Poucos diretores conseguem transitar tão bem do universo da escrita para a direção (Nolan representa bem esta estirpe no universo mais comercial Hollywoodiano) e a pena do iraniano já provou ser uma das mais criativas, humanas e acertadas do cinema atual. Desde do excelente “Procurando Ely” testemunhamos o incrível talento deste realizador. Entretanto, ironicamente, é exatamente no “salto” que se dá do seu penúltimo para este último filme, duas obras tão parecidas, que constatamos a assertiva do inicio deste texto.

Ele se repete de forma brilhante e absolutamente necessária. “O Passado” ainda é incrivelmente relevante e traz frescor ao tema, especialmente no que tange a sua pungência universal, visto que ele transfere seu olhar para uma nação ocidental e traz a reboque em sua discussão das agruras familiares e relacionais, problemáticas outras diferentes ao escopo iraniano do filme anterior. A intercessão entre as obras co-irmãs é exatamente o seu valor humano e a profundidade incisiva com que os personagens são desenvolvidos, e a capacidade de se apropriar de uma estrutura que pode soar formulaica a princípio e conceder ares de montanha russa das emoções afloradas.

Como no seu filme anterior, Farhadi depende incrivelmente de um elenco competente para levar a cabo filmes com esta estrutura. E aqui, a triangulação que se estabelece, resultado do trabalho milimétrico de Bérénice Bejo, Ali Mosaffa e Tahar Rahim é algo de extraordinário. Ela saiu do ultimo Festival de Cannes com a Palm D’or nas mãos e a película estabeleceu uma trajetória igualmente digna da Palma e só foi sucumbir no último momento para o magnetismo polêmico de “Azul é a cor mais quente” que acabou ganhando a láurea máximo este ano. É uma obra acabada, densa e especial.

Diretor de Searching for Sugar Man cometeu suicídio

Johar Bendjelloul, confirmou ao diário sueco Aftonbladet que o seu irmão, Malik Bendjelloul, cometeu suicídio após uma depressão: "A vida nem sempre é simples", afirmou Johar, que acrescenta que receber a notícia da morte do irmão foi a pior coisa com que teve de lidar na sua vida. "Não sei como lidar com isto. Não sei", concluiu.

Malik Bendjelloul fez Searching for Sugar Man o seu primeiro filme, o qual viria a ter bastante sucesso, ganhando um Oscar e um BAFTA. Simon Chinn, produtor do documentário, já reagiu à morte do diretor, mostrando-se chocado com os eventos: "É inacreditável (..) estive co6m ele há duas semanas em Londres e ele estava cheio de vida, esperança e otimismo", concluiu.

8 de maio de 2014

Confira o novo trailer de Planeta dos Macacos: O Confronto

A 20th Century FOX divulgou hoje um novo trailer oficial de Planeta dos Macacos: O Confronto.

Continuação de Planeta dos Macacos – A Origem (2011). Seguirá a trajetória do macaco César (Andy Serkis) 15 anos após a revolução animal ocorrida no primeiro filme. Desta vez, o animal deve enfrentar um grupo organizado de seres humanos sobreviventes, que planejam reconquistar o domínio do planeta.

O filme estreia em 24 de julho de 2014.

6 de maio de 2014

Resenha do Filme: Metro Manila

Por Eripetson Lucena

O filme indie britânico do ano não é falado em inglês e nem tão pouco explora paisagens londrinas ou dramas pessoais de habitantes da ilha da rainha. Começa nas remotas plantações de arroz na zona rural filipina e arremessa brutalmente seus personagens ao intricado mosaico urbano da capital Manila, uma das cidades mais problemáticas e pobres do planeta. Esta drástica mudança de perspectiva é corajosa e digna de mérito e confere interesse a obra do diretor Sean Ellis. 

O calvário de uma pequena família filipina que migra pra cidade grande em busca de trabalho e se depara com a brutalidade do lugar deve ter seu apelo pra expectadores da rica Europa e exala sua suposta crueza “sui generis”. O engajamento do cinema com estas questões sociais é sempre celebrado no Ocidente rico e representa escolhas estéticas e temáticas que parecem deslumbrar jovens cineastas. E é claro, é um caminho louvável, sem duvida.

Para o cinéfilo atento, entretanto, não há como ver “Metro Manila” sem o filtro do olhar de cineastas do próprio lugar como Brillante Mendonza. Ao longo de sua filmografia, ele tem destilado um rosário duríssimo e inexorável da Manila moderna, tecendo crônicas inflexíveis e sem concessões das problemáticas sociais que assolam o seu país. “Lola”, o premiado em Cannes “Kinatay” e, sobretudo o polemico “Serbis” são eficientes e indigestos retratos de uma putrefação moral e social de um lugar onde a pobreza e o caos urbano são latentes e chocantes. 

Dentro desta perspectiva, o filme de Ellis apresenta alguns poréns que, se não compromete a obra como um todo, não permite que o expectador concilie tão pacificamente sua louvável tentativa de destilar seu retrato da capital Filipina. A linearidade de “Metro Manila” acrescida do tratamento bem ocidentalizado que procura, por exemplo, pontuar alguns momentos da trama com um uso incomodo da música (em alguns momentos ela chega a ser usada de forma muita mais desonesta que desconcertante, como intentaria o diretor) é um recurso que serve a trama, mas que a empobrece ao mesmo tempo. A força do tema se dilui em uma cadência de previsibilidades, somente alterada no final da película, mas tarde demais para salva-la da mesmice.

O fator linearidade também prejudica a construção dos personagens chaves. Na verdade, Oscar, sua esposa e seu colega de trabalho não carecem de muito aprofundamento uma vez que tudo é muito dado na trama e ao expectador é deixado muito pouco a descobrir, préstimo de um didatismo no qual o roteiro se enredou irresistivelmente. Somente um expectador muito ingênuo não saberia no primeiro momento em que Oscar é alvo das “bondades” de Ong que não existem coisas como um jantar grátis numa selva como aquela. Da mesma forma, os reveses em série sofridos initerruptamente pela família de camponeses acabam por não mobilizar de forma mais drástica (como o faz Mendonza em “Serbis”, por exemplo, lançando mão de uma simplicidade estética e narrativa dezenas de vezes mais eficientes e sofisticadas que os recursos de Ellis) pelo simples fato que eu preciso de música, de sutis camadas de melodrama e até de uma virada policial na trama pra tentar compensar a previsibilidade do roteiro.

Todos estes problemas alinham “Metro Manila” com o “modus operandi” ocidental de fazer filmes, mas este afastamento de outras tentativas, inclusive asiáticas, de abordar a temática, pode não ser necessariamente uma falta, mas é um prego pontiagudo na cadeira do expectador. 

O filme, entretanto não perde em denunciar as mazelas urbanas da capital Manila e é dotado de sensibilidade, como na delicada sequencia do banho de chuveiro ou nos impagáveis momentos da linda interpretação da filhinha do casal, uma atuação denunciada por uma sucessão de closes certeiros que capturam, ao longo da película, olhares e lagrimas que comunicam enormemente. Nunca temos certeza se uma criança de tão pouca idade atua de fato, (a exemplo da indicada ao Oscar Quvenzhané Wallis, do maravilhoso “Beasts of the Southern Wild”) o que reforça a boa direção de atores de Ellis que conseguiu capturar momentos de pura beleza artística e emocional da pequena atriz.

Se não é uma obra prima, “Metro Manila” é satisfatório e faz de Sean Ellis um nome de expectativas.

Confira o primeiro trailer de Boyhood, novo filme de Richard Linklater que demorou 12 anos para ser feito

Foi divulgado o primeiro trailer para Boyhood, de Richard Linklater.

O filme de Richard Linklater demorou doze anos para ser filmado, tendo começado as filmagens no verão de 2002. Todos os anos o diretor reunia-se com o ator Ellar Coltrane e filmava algumas cenas, desde os 7 até aos 18 anos de idade. Ao elenco juntam-se ainda Patricia Arquette e Ethan Hawke.

Boyhood estreia em 11 de julho, nos Estados Unidos.

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